a OBSERVATÓRIO DA PAX: “A não-violência: estilo de uma política para a paz”: Tema do 50º Dia Mundial da Paz, 1 de janeiro de 2017

sábado, 27 de agosto de 2016

“A não-violência: estilo de uma política para a paz”: Tema do 50º Dia Mundial da Paz, 1 de janeiro de 2017

“A não-violência: estilo de uma política para a paz”. Este é o título da Mensagem para o 50º Dia Mundial da Paz, a quarta do Papa Francisco.

A violência e a paz estão na origem de dois modos opostos de construir a sociedade.

A proliferação de surtos de violência dá origem a gravíssimas e negativas consequências sociais: o Santo Padre reflecte esta situação com a expressão da “terceira guerra mundial em pedaços”. A paz, ao contrário, tem consequências sociais positivas e permite realizar um verdadeiro progresso. Devemos, portanto, mover-nos nos espaços do que é possível, negociando vias de paz, mesmo onde elas parecem ambíguas e impraticáveis. Desta forma a não-violência poderá adquirir um significado mais amplo e novo: não só como aspiração, desejo, recusa moral da violência, das barreiras, dos impulsos destrutivos, mas também como enfoque político realístico, aberto à esperança.

Trata-se de um método político fundado sobre o primado do direito. Se o direito e a igual dignidade de cada ser humano são salvaguardados sem discriminações nem distinções, a não-violência, entendida como método político, pode constituir uma via realista para superar os conflitos armados. Nesta perspectiva, é importante que se reconheça cada vez mais não o direito da força, mas a força do direito.

Com esta Mensagem, o Papa Francisco deseja indicar um passo ulterior, um caminho de esperança adaptado às presentes circunstâncias históricas: alcançar a resolução das controvérsias, através da negociação, evitando que degenerem em conflitos armados. Dentro desta perspectiva encontramos o respeito pela cultura e identidade de todos os Povos, e a ideia da superioridade moral de uma parte sobre a outra seria derrotada. Ao mesmo tempo, contudo, isto não significa que uma Nação possa permanecer indiferente às tragédias de outra. Significa, pelo contrário, reconhecer o primado da diplomacia sobre o fragor das armas. O comércio mundial das armas é de tal magnitude que, em geral, é subvalorizado. É o tráfico ilícito das armas que sustenta a maior parte dos conflitos no mundo. A não-violência como estilo político pode e deve fazer muito para combater este flagelo.

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