a OBSERVATÓRIO DA PAX: Semana de Oração pela Unidade dos Cristãos 2017 | Do conflito à comunhão

sexta-feira, 20 de janeiro de 2017

Semana de Oração pela Unidade dos Cristãos 2017 | Do conflito à comunhão

Intenções não faltam para a nossa oração, em especial no Oitavário de Oração pela Unidade dos Cristãos. Que Deus nos atenda, purificando os nossos corações e as nossas memórias!

Para a causa ecuménica, 2017 é um ano de grandes desafios. Faz 500 anos que a unidade da Igreja de Cristo, amputada já nessa altura de sua asa oriental, a desde então chamada comunhão ortodoxa, sofreu novo e rude golpe com a emergência da igreja luterana e, pouco depois, da calvinista, da anglicana e de muitas outras derivadas destas, até às neopentecostais dos nossos dias. Tem sido uma penosa história de muito sofrimento, até com guerras de crueldade extrema. Uma tragédia mundial. A Deus pertence o julgamento, a nós a confissão das próprias culpas.

Vivemos outros tempos, não por mérito, mas por graça. Pareceu-me um sonho lindo a visita do Papa Francisco à Suécia em 31 de Outubro passado. Ela foi possível devido a 50 anos de um persistente esforço de reaproximação entre católicos e luteranos, a partir do Concílio Vaticano II. Marco destacado a balizar essa caminhada foi a assinatura, em 1999, da “Declaração Conjunta sobre a Doutrina da Justificação”. No encontro de 31 de Outubro, não se fez uma celebração da Reforma Luterana nem dos 50 anos de reaproximação ecuménica. Em vez disso, a nova “Declaração Conjunta”, que ficará para a história do ecumenismo como o melhor deste encontro memorável, pôs o acento na comemoração. O título é mesmo: “DECLARAÇÃO CONJUNTA por ocasião da comemoração conjunta católico-luterana da Reforma”. Comemorar significa lembrar juntos. Se não se pode refazer a história, pode-se sempre purificar a memória, rememorar com verdade o passado para emendar o presente. Lembrar o passado é como olhar pelo espelho retrovisor de um carro; para ir em frente com segurança não se pode perder a perspectiva do que vai ficando para trás. (Mais ...)

P. José Gaspar

Espiritanos.pt

Etiquetas: , ,